Resumo das postagens anteriores:
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Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1
Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2
Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3
Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4
Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5
O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6
A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7
Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8
A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9
Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10
A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15
Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
Lembrei que Deus tem um propósito para tudo, fui para uma festa e me diverti: Parte 20
Superando a notícia: Parte 21
Chegou a quinta-feira e eu estava
esperando no consultório da médica-anjo esperando para falar com ela sobre o
meu problema. Estavam comigo os meus pais e o meu namorado. Porém, quando
entramos no consultório, a médica se desculpou previamente e pediu que meu namorado
esperasse do lado de fora, pois ela não ficaria à vontade de falar na frente
dele. Ficamos um pouco sem graça, mas ele ficou lá fora sem problemas. A médica
então disse que provavelmente eu não tinha entendido a gravidade do que eu
tinha e por isso eu estava bem. Então ela disse:
- Bem, por esse diagnóstico aqui eu vou
ter que retirar a sua mama. Toda.
Nesse momento eu levei minhas mãos à
cabeça, transparecendo o desespero, e é como se o meu coração tivesse parado de
bater por um momento. Eu pensei “caramba, me ferrei”. Mas as implicações desse
fato vêm à medida que se vai pensando sobre o assunto. Fiquei com vontade de
chorar, claro, e por mais que eu gostasse de parecer forte, eu sabia que a
médica estava preparada para que eu chorasse e que ela sabe que isso seria
normal. Mas eu precisava ficar firme para entender o que aconteceria, tirar as
minhas dúvidas, e decidir as coisas com o máximo de racionalidade possível.
A médica continuou dizendo que, como
havia sangramento, ela estava convencida de que há câncer também no mamilo. E
eu concluí: sem mamilo não existe mama. Ela pediu para me examinar novamente e
mostrar aos meus pais, como era a minha região endurecida da mama e me contou
toda a verdade, não escondeu nada de mim. Enquanto ela falava, eu tentava
conter as minhas lágrimas e controlar aquele timbre de voz choroso, mas estava
muito difícil. Ela disse que depois eu poderia implantar silicone e assim
reconstruir a minha mama e eu senti pena de mim mesma. Havia tantas pessoas que
decidiam colocar silicone para parecerem mais bonitas, mas eu teria que colocar
silicone porque eu ficaria sem a mama inteira. Quando ela falou como ficaria a
cicatriz eu não consegui conter algumas lágrimas. Imaginei-me mutilada,
horrorosa e fracassada como mulher. Apensar de ser uma coisa totalmente comum
para ela, ainda assim ela me olhava com muito carinho, o que me fazia admirar
ainda mais a profissional que ela era, pois sabia lidar com as pacientes e não
só com a medicina. Minha médica-anjo também me falou sobre a reconstrução do
mamilo, que poderia ser tatuado, então somente neste momento me dei conta de
que eu perderia o meu mamilo e achei que por mais que o refizessem parecido,
sempre haveria uma grande diferença, então, novamente algumas lágrimas rolaram.
A sensação era de que eu tentaria de tudo para parecer como era antes, mas que
eu nunca conseguiria ficar bonita como antes. A médica também falou do lado
psicológico, que eu ficaria agressiva, e orientou que meus pais procurassem
entender o meu lado. Também nos aconselhou a não contar para as pessoas, para
que eu ficasse longe de fofocas sem sentido.
Minha médica-anjo marcou minha cirurgia
para o dia 31 de maio e pediu que eu fosse ao hospital do câncer na semana
seguinte para preparar a papelada. Eu tinha pouco mais de um mês antes da
cirurgia. Perguntei quanto tempo mais ou menos levaria a minha recuperação. Ela
disse que seriam uns seis meses de tratamento incluindo quimioterapia. E me
disse também que somente ao final de todo o tratamento eu poderia implantar
silicone, pois não seria bom fazer radioterapia estando com o implante.
Imaginei-me acordando depois da cirurgia e me olhando sem uma mama. Eu só
conseguia imaginar que minha reação seria ficar desesperada, gritar, chorar e
querer morrer. E eu tive que conviver com essa expectativa por vários dias
ainda.
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