Parte 25 - Viajando para Esquecer

Antes, veja o resumo das postagens anteriores (ou vá direto à postagem no final):
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Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1
Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2
Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3
Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4
Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5
O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6
A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7
Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8
A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9
Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10
A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15
Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
Lembrei que Deus tem um propósito para tudo, fui para uma festa e me diverti: Parte 20
Superando a notícia: Parte 21
Minha cirurgia será radical: Parte 22
Desabafei a dor em lágrimas: Parte 23
Desabafei com amigas e voltei ao trabalho para esquecer: Parte 24
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Já era sexta-feira e eu iria viajar com os meus pais, meu namorado, meu irmão e a namorada dele. Essa viagem nem estava programada. Foi meu pai quem inventou isso em cima da hora para tentar me distrair. Iríamos para João Pessoa. Eu já fui tanto pra lá que nem tinha mais graça, mas meus pais insistiram muito. Eles não queriam desgrudar de mim. Eu preferia ficar em casa sozinha digerindo o fato de retirar a minha mama, mas cedi para alegrar os meus pais. Acabou sendo um bom passeio. Eu pude ver outras pessoas e percebi que tem muita gente com problemas piores que os meus. Isso me ajudou a aceitar meus problemas. A gente pensa quem vai se sentir melhor ficando em casa sozinha, mas quando consegue forças pra sair, percebe como todo mundo tem problemas e supera, e luta. Comigo não seria diferente.
 Eu só tinha pena dos meus pais. Eles estavam muito tristes com o que estava acontecendo comigo. Meu pai passou a me babar muito mais do que antes. Tudo o que ele sabia que eu gostava, ele fazia, comprava. A minha opinião passou a ser a mais importante na hora de decidir para onde ir ou o que fazer. Era muito fofo. Eu me sentia bem com o carinho, mas triste porque eu sabia que ele estava triste apesar de nunca transparecer. Para mim ele sempre se mostrava forte. Era realmente o que eu precisava. Minha mãe passou a cozinhar as minhas preferências e passou a rezar bastante. Sempre queria ir às missas. Eu ficava feliz em saber que ela estava mais próxima de Deus. E isso era bom porque eu precisava que ela aceitasse o meu problema, pois ela nunca conseguiu esconder o quanto estava triste, sempre se lamentando. Eu precisava que ela parasse de se lamentar, aceitasse, e ficasse forte para me apoiar.
Na segunda-feira seguinte eu tive consulta com a psicóloga que minha médica-anjo tinha me indicado. Como eu já estava bem melhor, a consulta não ajudou em muita coisa. Eu só não conseguia ainda me imaginar sem a minha mama. Cada vez que eu pensava nisso eu imaginava que eu ia chorar muito e que teria vontade de morrer.
Os dias foram se passando, eu fui aceitando a perda da minha mama, fui aceitando me imaginar sem minha mama e fui entendendo que isso tudo ia ser só uma fase e que no final eu estaria com a mama reconstruída. Também pesquisei bastante sobre reconstrução da mama e do mamilo. Encontrei várias técnicas e percebi que posso reconstruir uma mama praticamente idêntica a outra mama. Isso me animou bastante. Também tive algumas burocracias do hospital para resolver nesses dias e isso me ocupou bastante. Também aproveitei para sair e comer frutos do mar e derivados do porco, já que eu passaria um bom tempo sem poder comer por causa da cirurgia. E assim fui me distraindo e procurei não pensar muito na cirurgia.
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