Parte 67 - A Internação

Antes, veja o resumo das postagens anteriores (ou vá direto à postagem no final):
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Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1
Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2
Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3
Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4
Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5
O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6
A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7
Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8
A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9
Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10
A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15
Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
Lembrei que Deus tem um propósito para tudo, fui para uma festa e me diverti: Parte 20
Superando a notícia: Parte 21
Minha cirurgia será radical: Parte 22
Desabafei a dor em lágrimas: Parte 23
Desabafei com amigas e voltei ao trabalho para esquecer: Parte 24
Fui me preparando para a cirurgia, pesquisando sobre reconstruções e me acalmando ao ver plásticas perfeitas: Parte 25
No dia anterior a cirurgia fiz dois exames: uma linfocintilografia e um agulhamento: Parte 26
Finalmente me internei e passei a noite muito nervosa: Parte 27
Levaram-me para a cirurgia: Parte 28
Fiquei um tempo esperando no corredor do bloco cirúrgico: Parte 29
Entrei na sala de cirurgia e apaguei com a anestesia: Parte 30
Na volta da anestesia senti frio e era difícil me manter acordada: Parte 31
Falava dormindo e continuava sem conseguir ficar acordada: Parte 32
Recebi visitas da minha médica, meu pai, meu namorado e algumas amigas: Parte 33
Estava cada vez mais agitada e querendo me levantar. Lutei para fazer xixi e evitar a sonda: Parte 34
Tomei uma sopa com cuidado para não ficar enjoada, levantei e finalmente fiz xixi: Parte 35
Tomei o restante da sopa e estava me sentindo muito bem: Parte 36
Cuidei bastante do dreno e tentei movimentar o braço: Parte 37
Não tive coragem de ver a troca de curativos: Parte 38
Preocupei-me com o dreno, recebi visitas e fiquei sabendo das histórias de quando eu estava anestesiada: Parte 39
Por causa da minha idade, eu fui o caso mais comentado do hospital: Parte 40
Passei o dia ansiosa pela alta: Parte 41
Recebi alta, tive consultas semanais com a mastologista, iniciei a fisioterapia e fiz exames para levar ao oncologista: Parte 42
Soube que tenho a chance de não poder mais engravidar depois da quimioterapia: Parte 43
Tive que decidir entre congelar óvulos e piorar do câncer ou não congelar e talvez não poder engravidar: Parte 44
Meu namorado não se abalou com a possibilidade de infertilidade: Parte 45
Questionei Deus e marquei uma consulta com um especialista em fertilidade: Parte 46
O especialista em reprodução humana me aconselhou e não congelar óvulos: Parte 47
Tive a última consulta com minha médica-anjo, que me indicou uma especialista em fertilidade: Parte 48
O especialista me aconselhou a não congelar óvulos. Pesquisei muitos dados sobre fertilização: Parte 49
A nova especialista em fertilidade preferia ganhar dinheiro fácil do que cuidar da minha saúde: Parte 50
Decidi não congelar óvulos: Parte 51
Comprei uma prótese mamária e um sutiã especial: Parte 52
A fisioterapia me ajudava com o braço e com a aceitação do problema: Parte 53
Antes da quimio tirei minhas dúvidas com o médico: Parte 54
O oncologista me explicou todos os detalhes e as enfermeiras era muito gentis: Parte 55
Tomei a quimioterapia e só senti dor de cabeça: Parte 56
Algumas horas depois da quimio fiquei enjoada e vomitei: Parte 57
3 dias de reações da quimio: enjoo, febril, sono, dor de cabeça, indisposição, ... : Parte 58
Senti muita dor no estômago por dias seguidos: Parte 59
Curei minha dor no estômago, lidei com outros problemas e arrisquei passear: Parte 60
Fiquei careca: Parte 61
A segunda sessão de quimio foi igual a primeira. Por isso, eu chorei: Parte 62
Curei minha dor no estômago e fui à psicóloga: Parte 63
Consultei a nutricionista e fiz a terceira quimio: Parte 64
Na quarta sessão de quimio meu médico já era como um amigo: Parte 65
Tive que ir me inernar: Parte 66
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Eu estava com 700 leucócitos, quando o normal seria de 4 mil a 11 mil. Nesse momento eu senti muita raiva da vida, muita revolta porque tudo isso estava acontecendo comigo. Como se as coisas não estivessem péssimas, ainda conseguem ficar piores. Na fisioterapia eu sempre conversava com as senhoras que também tiveram câncer de mama e o que eu observava era que as minhas reações eram piores do que a maioria delas. Isso era o contrário do que se esperava de uma pessoa tão jovem quanto eu.

O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos. - Elleanor Roosevelt

Fui para outro hospital, muito triste, com raiva, com medo, sem saber o que aconteceria, sem saber quantos dias passaria, mas eu tentava ficar calma. O pior era estar com dor de barriga fora de casa. Minha dor de barriga já estava tão forte que até sangrava. No hospital relatei tudo o que meu médico havia dito e tudo o que eu estava sentindo. Inicialmente fiquei na enfermaria enquanto aguardava um leito. Comecei a tomar antibióticos e outras medicações na veia.

Uma coisa engraçada aconteceu quando tomei uma dessas medicações. O enfermeiro veio com uma medicação injetável contra enjoos. Quando ele começou a injetar me deu uma reação péssima. Comecei a ficar agitada, agoniada e com vontade de correr, de gritar, de tirar a roupa e uma enorme vontade de arrancar o acesso da minha veia. Sentei na cama, comecei a olhar para os lados procurando alguma coisa, mas sem saber o que estava procurando e disse ao enfermeiro “to me sentindo estranha”. Ele perguntou “o quê você tá sentindo?”. Eu disse “Não sei. Eu preciso sair daqui. Tira isso (o acesso) de mim! Tira. Sai! Sai!” Eu estava agitada, esticando e encolhendo as pernas, desabotoando a blusa, sem me preocupar com o enfermeiro que estava lá, e desabotoei a calça também. E fiquei parada olhando para o acesso na minha veia e abafando meu próprio grito. O meu instinto dizia pra puxar aquele acesso e o meu cérebro sabia que não devia fazer isso, então fiquei tentando me controlar para não puxar. O enfermeiro então chamou a médica e outras enfermeiras, que me disseram que era normal algumas pessoas apresentarem esta reação. Nesse momento, meus pais, que tinham ido almoçar, voltaram e me viram desesperada lá, então ficaram muito nervosos também. Como eu sentia muita necessidade de tirar a roupa, resolvi tirar mesmo, senão eu teria um troço. Por sorte minha blusa era de botões na frente, então eu abri a blusa, me cobri com o lençol e abaixei a calça. Os enfermeiros fizeram o soro correr mais rapidamente para diminuir os efeitos da medicação e eu fui me acalmando. Em seguida senti um sono incontrolável (causado pela medicação contra enjoo) e dormi.

Próxima Postagem: Parte 68 http://cancerdemamadiario.blogspot.com.br/2012/11/parte-68-o-oncologista-anjo.html

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