Parte 86 - Lições

Antes, veja o resumo das postagens anteriores (ou vá direto à postagem no final):
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Minha mama começou a sangrar espontaneamente: Parte 1
Os primeiros médicos não encontravam a causa do sangramento enquanto ele aumentava: Parte 2
Algumas pessoas, na tentativa de ajudar, acabavam atrapalhando: Parte 3
Mais 4 médicos não conseguiram diagnosticar o meu problema: Parte 4
Veja o que os planos de saúde são capazes de fazer para atrapalhar o seu tratamento: Parte 5
O último médico decidiu fazer uma cirurgia e eu resolvi procurar uma segunda opinião: Parte 6
A médica-anjo pediu outra ultrassonografia, mas o resultado foi que tudo estava normal: Parte 7
Aconteceu a coisa mais importante e surpreendente de todo o meu tratamento: Parte 8
A médica-anjo pediu uma ressonância e uma nova citologia e me encaminhou para o 8º médico: Parte 9
Depois de muita luta consegui a autorização para a ressonância: Parte 10
A ressonância só mostrou um a área estranha: Parte 11
A médica-anjo indicou que eu fizesse uma cirurgia com o médico grosso: Parte 12
Deus fez mais um milagre e minha médica indicou que eu fizesse uma Core Biopsy: Parte 13
O médico grosso se negou a prescrever a Core Biopsy: Parte 14
Resolvi pagar pela Core Biopsy: Parte 15
Fiz a Core Biopsy: Parte 16
Descobri que tinha câncer e fiquei desesperada: Parte 17
Confirmei com a médica que eu tinha mesmo câncer e continuei desesperada: Parte 18
Encontrei meu namorado, contei aos meus pais e me despedi da vida: Parte 19
Lembrei que Deus tem um propósito para tudo, fui para uma festa e me diverti: Parte 20
Superando a notícia: Parte 21
Minha cirurgia será radical: Parte 22
Desabafei a dor em lágrimas: Parte 23
Desabafei com amigas e voltei ao trabalho para esquecer: Parte 24
Fui me preparando para a cirurgia, pesquisando sobre reconstruções e me acalmando ao ver plásticas perfeitas: Parte 25
No dia anterior a cirurgia fiz dois exames: uma linfocintilografia e um agulhamento: Parte 26
Finalmente me internei e passei a noite muito nervosa: Parte 27
Levaram-me para a cirurgia: Parte 28
Fiquei um tempo esperando no corredor do bloco cirúrgico: Parte 29
Entrei na sala de cirurgia e apaguei com a anestesia: Parte 30
Na volta da anestesia senti frio e era difícil me manter acordada: Parte 31
Falava dormindo e continuava sem conseguir ficar acordada: Parte 32
Recebi visitas da minha médica, meu pai, meu namorado e algumas amigas: Parte 33
Estava cada vez mais agitada e querendo me levantar. Lutei para fazer xixi e evitar a sonda: Parte 34
Tomei uma sopa com cuidado para não ficar enjoada, levantei e finalmente fiz xixi: Parte 35
Tomei o restante da sopa e estava me sentindo muito bem: Parte 36
Cuidei bastante do dreno e tentei movimentar o braço: Parte 37
Não tive coragem de ver a troca de curativos: Parte 38
Preocupei-me com o dreno, recebi visitas e fiquei sabendo das histórias de quando eu estava anestesiada: Parte 39
Por causa da minha idade, eu fui o caso mais comentado do hospital: Parte 40
Passei o dia ansiosa pela alta: Parte 41
Recebi alta, tive consultas semanais com a mastologista, iniciei a fisioterapia e fiz exames para levar ao oncologista: Parte 42
Soube que tenho a chance de não poder mais engravidar depois da quimioterapia: Parte 43
Tive que decidir entre congelar óvulos e piorar do câncer ou não congelar e talvez não poder engravidar: Parte 44
Meu namorado não se abalou com a possibilidade de infertilidade: Parte 45
Questionei Deus e marquei uma consulta com um especialista em fertilidade: Parte 46
O especialista em reprodução humana me aconselhou e não congelar óvulos: Parte 47
Tive a última consulta com minha médica-anjo, que me indicou uma especialista em fertilidade: Parte 48
O especialista me aconselhou a não congelar óvulos. Pesquisei muitos dados sobre fertilização: Parte 49
A nova especialista em fertilidade preferia ganhar dinheiro fácil do que cuidar da minha saúde: Parte 50
Decidi não congelar óvulos: Parte 51
Comprei uma prótese mamária e um sutiã especial: Parte 52
A fisioterapia me ajudava com o braço e com a aceitação do problema: Parte 53
Antes da quimio tirei minhas dúvidas com o médico: Parte 54
O oncologista me explicou todos os detalhes e as enfermeiras era muito gentis: Parte 55
Tomei a quimioterapia e só senti dor de cabeça: Parte 56
Algumas horas depois da quimio fiquei enjoada e vomitei: Parte 57
3 dias de reações da quimio: enjoo, febril, sono, dor de cabeça, indisposição, ... : Parte 58
Senti muita dor no estômago por dias seguidos: Parte 59
Curei minha dor no estômago, lidei com outros problemas e arrisquei passear: Parte 60
Fiquei careca: Parte 61
A segunda sessão de quimio foi igual a primeira. Por isso, eu chorei: Parte 62
Curei minha dor no estômago e fui à psicóloga: Parte 63
Consultei a nutricionista e fiz a terceira quimio: Parte 64
Na quarta sessão de quimio meu médico já era como um amigo: Parte 65
Tive que ir me inernar: Parte 66
Fiquei muito irritada porque as coisas pioraram: Parte 67
Foi difícil encontrar um hospital que aceitasse me receber. Ao menos o meu oncologista-anjo estava me assistindo muito bem: Parte 68
Fiquei internada na UTI: Parte 69
Depois de muito estresse, saí da UTI e fui para o quarto: Parte 70
Com muita dificuldade consegui receber alta: Parte 71
Após receber alta continuei angustiada e me sentindo feia: Parte 72
Passei a chorar por estresse, por estar cansada de ser doente: Parte 73 
Pude dar testemunho do amor de Deus por nós: Parte 74
Passei o final de semana em um evento, fiquei gripada e a quimio foi adiada: Parte 75
Tive que fazer um escândalo para o plano de saúde liberar minha medicação: Parte 76
Tive que insistir para tomar minha medicação. Além de todas as reações, perdi parte do paladar e fiquei com muita fraqueza nas pernas: Parte 77
De tanto faltar a fisioterapia, fiquei com problemas no braço. Também descobri a Menopausa: Parte 78
Meu oncologista confirmou minha menopausa. E convivi com a ansiedade pelo fim do tratamento: Parte 79
As reações pioraram na 6ª seção de quimio e passei a precisar de ajuda para tudo: Parte 80
Quase me internei novamente por causa de outra febre: Parte 81
Soube que precisaria fezer radioterapia. Dias depois acordei livre de boa parte das reações da quimio: Parte 82
Escrevi uma carta de agradecimento a alguns dos amigos que me ajudaram durante o tratamento: Parte 83
Continuação da carta de agradecimento: Parte 84
Comemorei várias vezes o fim da quimio: Parte 85
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Depois que a quimioterapia passou pude notar com mais clareza as coisas que estavam além das reações tão ruins. Notei quantas cosias melhoraram na minha vida durante a quimioterapia. O principal foi a minha relação com os meus pais e com o meu namorado. Meu namorado deu verdadeiras provas de amor ao ficar do meu lado em todos os momentos. Mesmo assim ele diz que não fez nada de extraordinário e eu respondo que ele acha isso porque não foi esforço nenhum, foi puro amor. Nunca pensei que uma doença pudesse trazer tanta saúde à minha relação com os meus pais. Eles se dedicaram o ano quase todo a cuidar de mim, e eu, apesar do estresse do tratamento procurei observar que aquilo não era uma obrigação deles, era amor de bons pais, capazes de fazer de tudo para que eu me sentisse bem. Até com o meu irmão, com que a minha relação já era muito boa, as coisas melhoraram. Minhas amigas passaram a ter muito mais valor. Aquelas que estavam distante e que eu achava que não gostava muito de mim foram as que mais me surpreenderam. Os amigos e amigas do meu namorado, que eu achava que só me tratavam como “namorada do amigo deles” demonstraram tanto cuidado comigo que percebi que havia nascido amizades verdadeiras.

Meu maior premio durante esse tratamento foi a renovação da minha fé e o encontro que tive com Jesus Cristo durante todo o meu tratamento. Eu podia sentir que Ele sempre estava perto de mim e me socorrendo quando eu precisava. Apesar disso eu não pedia para me livrar do sofrimento, pois se eu estava passando por aquilo era porque eu precisava, por algum motivo. Eu pedia sempre que Jesus me ajudasse a carregar a minha cruz. E todas as vezes eu sentia o peso da cruz diminuir.
Passei também a dar muito mais valor á minha saúde, a uma alimentação saudável, a fazer exercícios físicos (ainda preciso ajustar isso) e a viver com menos estresse (que a menopausa piora). Também passei a olhar com outros olhos as ações que põem em risco a minha vida. É como se a minha vida tivesse ficado mais valiosa agora. É uma pena que eu só pense assim depois de ter passado por isso tudo. As pequenas coisas também passaram a ter muito mais valor. Tomar refrigerante, comer tudo o que quiser, ir a todos os lugares sem medo de ficar doente, ou seja, tudo o que eu não podia fazer quando estava em tratamento quimioterápico.

Próxima postagem: Parte 87

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